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sábado, 11 de julho de 2009

PRIMEIRO ANGOLANO CONTRATADO



Entrevista com o cônsul do Coritiba em Angola, Fernando Lamoglia, revela potencial do país para o futebol

Como foi recebida em Angola a contratação do jovem angolano Geraldo, de 17 anos, pelo Coritiba?Lamóglia - Esta contratação é um prestígio para todo o povo angolano. Recebemos em Angola a confirmação de que o atleta faz parte do elenco coxa com muito entusiasmo e vibração. Sem dúvida, é motivo de festa e de alegria proporcionar a este talentoso jovem uma experiência internacional que será de grande valia para o desenvolvimento do futebol nacional.

E como anda o futebol em Angola?Lamóglia – Depois da participação satisfatória de Angola na Copa de 2006 - em que só perdeu um jogo para Portugal de Felipão na fase classificatória, o futebol passou a despertar mais atenção no país. Fruto disso foi a escolha de Angola para sediar o Campeonato Africano das Nações (CAN 2010), apesar do país estar fora da Copa do Mundo da África do Sul. Com isso, quatro estádios estão sendo construídos, além de proporcionar bilionários investimentos de infra-estrutura para receber os vizinhos africanos.

E quais são as expectativas de futuro do futebol no país?
Lamóglia- A tendência é muito boa. Há muitos jogadores talentosos e a experiência internacional de jogadores é um fator que contribui com muita força para dar consistência à seleção nacional. O CAN 2010 está sendo aguardado com muita expectativa, por ser o maior evento do continente dedicado ao futebol. Fontes brasileiras nos informaram que a seleção brasileira analisa a hipótese de passar uma pré-temporada de preparação para a Copa do Mundo de 2010 em Angola, o que será uma satisfação para todos, pois os angolanos se identificam, apreciam e torcem pelo Brasil.

É possível que tenhamos novas surpresas de jogadores angolanos no Coritiba?
Lamóglia- Certamente. O trabalho de aproximação entre Angola e o Coritiba começou há alguns anos, com visitas ao clube, oportunidade em que levamos alguns angolanos para conhecer o Coxa em campo. Os africanos ficaram entusiasmados com a torcida do Coritiba, o que é plenamente compreensível, especialmente porque os jogos foram com casa cheia e vitória do verdão. Eu disse a eles que os angolanos eram o nosso amuleto. Em Angola, já foram feitos contactos com dirigentes de clubes que estão atentos para as novas revelações que poderão ter uma oportunidade de jogar no alvi-verde do Alto da Glória.

Foto: Divulgãção do Coritiba Foot Ball Club

quinta-feira, 25 de junho de 2009

FHC FALA SOBRE CRISE MUNDIAL EM ANGOLA



FHC com os jornalistas angolanos Manuel da Silva e Mário Vaz


“As nações perduram e as crises passam”
Fernando Henrique Cardoso, em conferência sobre a crise mundial em Luanda, Angola

Angola recebeu a ilustre visita do ex-presidente da República Federativa do Brasil, Fernando Henrique Cardoso entre os dias 22 a 24 de junho de 2009.

Durante a estada, FHC discursou para um selecto grupo de angolanos, concedeu entrevistas e efectuou visitas a universidades, dentre outras actividades protocolares. Numa de suas apresentações, destacou a participação de Angola na reunião do G-8 e enfatizou a liderança que o país está a exercer no continente africano.

Os temas abordados tiveram como pano de fundo a crise mundial e foram desenvolvidos com brilhantismo, o que arrancou aplausos e despertou admiração de todos os que tiveram o privilégio de participar dos eventos com o ex-presidente.

No meio jornalístico, a Televisão Pública de Angola teve destaque na cobertura da passagem do ex-presidente brasileiro e exibirá, nos próximos dias, uma entrevista exclusiva com o convidado especial, realizada pelo jornalista Manuel da Silva (na foto, à esquerda).

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A MAIOR ORQUESTRA INFANTIL DA ÁFRICA


Estas crianças fazem parte da maior Orquestra infantil da África. O grupo de 50 crianças angolanas foi reunido com o critério de vontade de estudar música e é composto quase na totalidade por filhos e filhas de pescadores, zungueiras (vendedoras que levam seus produtos sobre a cabeça) e carrinheiros, pessoas simples que jamais poderiam pagar por este tipo de conhecimento.
O que impressiona é o repertório. "Estas crianças tocam uma hora e meia sem descanso e o repertório passa por Beethoven, Mozart e Johann Sebastian Bach"- orgulha-se um dos idealizadores do projecto, Mário Gama, um conceituado tenor angolano com fama internacional.
O Município da Samba agarrou o projecto, que conta com professores filipinos, que ensinam e cobram disciplina das crianças. Além das lições de como tocar violinos e violoncelos, os miúdos aprendem um pouco do inglês, língua falada pelos mestres.
As crianças levam seus instrumentos para casa e sentem muito orgulho de fazerem parte da orquestra: "Eu amo a música. Meus pais, quando começam a brigar em casa e me ouvem ensaiar e pedir silêncio, param para me ouvir tocar. Estou muito feliz", revela Ana, uma das alunas, no auge dos seus oito anos de idade.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Coritiba empossa cônsul em Angola



Depois de já contar com o primeiro Consulado internacional, em Boston, no Estados Unidos, o Coritiba conta agora com o seu primeiro Consulado na África, que será em Angola.

A oficialização do novo Consulado marca também o primeiro Cônsul de um único país e não apenas de uma cidade, que será Fernando Botto.

"Essa foi uma das mais gratificantes assinaturas, por se tratar de um Cônsul de um único país e o primeiro do Continente africano, além de ser uma pessoa íntegra como o Fernando", destaca o presidente Jair Cirino dos Santos, que assinou o diploma junto a Fernando, representante do Coritiba Foot Ball Club em Angola.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A Nova Fase de Investimentos em Angola

Fernando Botto ,
*publicado no Jornal do Brasil em 26/01/2009


RIO - Em paz desde 2002, Angola intensificou a sua posição política internacional e avança a passos largos em busca da conquista da hegemonia africana. Antes conhecida como “a pérola da África”, Luanda encantava pela sua sedutora beleza litorânea e pelo ambiente agradável para se viver. No entanto, aquela não era a Angola dos angolanos, mas a mais próspera das colônias africanas de Portugal. A soberania foi conquistada em 1975, com a independência, mas a paz se efetivou apenas em 2002. Desde então, Angola passou a figurar entre os países com maior crescimento econômico do mundo.

Com uma produção que beira os 2 milhões de barris/dia, o petróleo permanece como grande financiador da reconstrução de Angola. Em 2006, o ouro negro representou cerca de 95% da receita de exportações angolanas, aproximadamente US$ 32 bi, dos quais quase 40% tiveram como destino os Estados Unidos. Outra grande economia, a China, tem Angola como segundo maior fornecedor de petróleo atualmente. O setor diamantífero correspondeu a 4,5% das exportações. Madeira, pesca e café sequer atingem 1%. Nos idos de 1973 e 74, Angola ocupou o posto de quarto maior produtor mundial de café, dado que serve de amostra do potencial agrícola do país.

Embora a balança comercial de Angola tenha acusado saldo positivo superior a US$ 22 bilhões em 2006, a vertiginosa queda do preço do petróleo no mercado internacional – de US$ 140 para menos de US$ 40 no segundo semestre de 2008 – deu uma amostra dos riscos de se depositar todos os ovos do desenvolvimento angolano na mesma cestinha. Apesar de que, hoje em dia, risco mesmo é ter dinheiro aplicado nas mais sólidas instituições financeiras do mundo.

Com reservas internacionais estimadas em US$ 11,2 bilhões e um PIB estimado de US$ 46,93 bilhões em 2007, Angola importa produtos de praticamente todos os setores. Em 2006, 17,1% das importações angolanas corresponderam a máquinas e motores; 9,5% a produtos metalúrgicos; 9,5% a automóveis e autopeças; 8,7% a materiais elétricos e eletroeletrônicos. O restante é relativo a alimentos, bebidas, móveis e outros produtos. De acordo com a Apex, o Brasil exportou US$ 514 milhões para Angola em 2005 e, no ano de 2006, o total atingiu US$ 836 milhões.

Segundo a Direção Nacional de Alfândegas de Angola, Portugal foi o principal fornecedor das importações angolanas (17,1%) em 2006, seguido de Estados Unidos (9,8%) e Brasil (8,6%). A participação do Brasil tem muito a crescer no mercado angolano, como tem ocorrido, mas prudência é fundamental. A mídia tem pintado uma imagem de Angola como a Serra Pelada do século 21, terra de oportunidades em que não há nada e tudo está por ser feito. Ledo engano. Esta aparente sensação de que “tudo dá certo em Angola” promove um fluxo de investimentos aleatórios que, muitas vezes, resulta em elevados prejuízos.

De olho na enxurrada de capitais até então canalizados com base no achismo dos investidores, o governo angolano criou um órgão especializado, a Agência Nacional para o Investimento Privado (Anip). Com o objetivo de promover condições propícias e apoios para o investimento doméstico e estrangeiro, a Agência tem realizado pesquisas de mercado para orientar os investidores, bem como promovido apoio e alianças entre eles. Recentemente, a nova pauta aduaneira estabeleceu alíquota zero para importação de mercadorias que se inserem em projetos de investimento privado.

Pelo lado brasileiro, a Apex realizou um estudo que se estendeu entre 2004 e 2006, cujo resultado apontou para oportunidades de exportação do Brasil para Angola nos setores de alimentos, bebidas, agronegócios, cosméticos e higiene pessoal; móveis, cortiças, cerâmicos, produtos metalúrgicos, tintas e vidro, dentre outros.

Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Apesar da proximidade cultural, da língua portuguesa, dos incentivos, da empatia com o povo brasileiro e da abundância de recursos financeiros e naturais, esses elementos devem ser analisados no contexto de um dos países mais caros do mundo para se viver, aliado a riscos e imprevistos diversos que fazem parte do cotidiano angolano. Aliás, para investidores que são avessos a correr riscos, a sugestão é optar por papéis das mais sólidas e confiáveis instituições financeiras do mundo. Será?


* advogado, educador, especialista em negócios internacionais e consultor de negócios entre Brasil e Angola

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