Pode comentar, mas se preferir também pode enviar um e-mail para fbotto@yahoo.com(sem br!)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

O troca-troca de astros da televisão




por Fernando Botto

A competição autofágica das emissoras de televisão brasileiras pelo “passe” dos apresentadores superstars deram muitas dores de cabeça a quem tem a responsabilidade de preencher rapidamente as súbitas vacâncias. Os leilões que passaram a ser frequentes entre emissoras rivais assemelham tais profissionais aos jogadores de futebol.

Um dos troca-trocas curiosos foi a saída de Roberto Justos, da Record para o SBT, que deixou um programa que tinha a sua cara, forma e cheiro - O Aprendiz -, para apresentar um programa de competição chamado cem contra um. Para suprir a lacuna de Justus, a Record colocou um trio parada dura para tentar dar ânimo à competição entre os universitários, nesta temporada 2010.

O primeiro ponto que O Aprendiz escorregou foi substituir o Justus, empresário com panca natural de executivo global, dono de uma espirituosidade aguçada e de uma personalidade harmonicamente admirada e, ao mesmo tempo temida pelos participantes, por um outro empresário que não consegue obter o temor natural que o olhar frio e comentários bem elaborados do antecessor causavam.

Aquilo que o público gostava de ver no Aprendiz era o tom duro, muitas vezes permeado com algumas pitadas prepotentes do apresentador, que sabia como apertar um candidato e criar aquele suspense típico de cada episódio. Até os tiques do Justus pareciam ensaiados, de tão harmoniosamente adequados. O sucessor não tem essa panca toda e tem em seu desfavor substituir um personagem carismático que contava com mais de um metro e oitenta, sem mencionar o sex appeal do cidadão.

Aliás, o João Doria Junior está acompanhado de uma consultora que quando desfila seus cabelos encaracolados nas telinhas me faz questionar se aquilo não é uma propaganda subliminar da Starbucks, em flagrante benchmarking dos jogos de cores da Ferrari e dos cigarros Marlboro.

O Justus, por seu turno, vive uma espécie de ostracismo, apresentando uma competição meio bobinha para as suas capacidades. Um destino injustus, não apenas para o Roberto, mas para os telespectadores que foram vitimados por esses leilões entre as emissoras ,e do jeito que a coisa vai, não me surpreenderia acordar um dia vendo o Cid Moreira apresentando um programa infantil e o Ratinho com a Xuxa substituindo o casal Willian Bonner e Fátima Bernardes no Jornal Nacional.

Crédito da foto para estadao.com.br

Contador

Contador de visitas

Visitantes

Contador de acessos